Apaeanos buscam por novos espaços na sociedade

Publicado em 29 de agosto de 2011 às 08:53
Última atualização em 29 de agosto de 2011 às 08:53

=”javascript:popup(‘/pop-up/noticias.asp?id=655&img=01’);”>A semana do dia 21 a 28 de agosto é a semana nacional da pessoa com deficiência intelectual e múltipla. A data mais vibrante para as Apaes do Brasil. As pessoas com deficiência lutam para buscar novos espaços na sociedade. O apaeano de Flor da Serra do Sul, Abrão dos Santos, sonha com o dia em que terá uma oportunidade no mercado de trabalho. A jovem especial Cleide Lopes vence as suas limitações todos os dias sem perder a alegria de viver.



O sonho de Abrão
Abrão dos Santos tem 40 anos e um sonho antigo: o de trabalhar. Ele conheceu o mundo das letras na Apae quando tinha 35 anos de idade. Hoje ele não só sabe escrever o seu nome como faz inúmeras atividades no computador. O retardo leve não o impediu de aprender. “Antes dos 35 anos o Abrão nunca tinha entrado em um colégio. Morávamos em Goiás e não tínhamos acesso a Apae ” afirma dona Lurdes dos Santos, mãe de Abrão.
Dentro de uma oficina de artesanato da APAE de Marmeleiro, Abrão conheceu e se apaixonou pelos trabalhos manuais. “É o que eu mais gosto de fazer” diz Abrão. Na estante o porta retrato da família decorado com tirinhas de papel couché revela um Abrão detalhista. “Tem que ter habilidade com as mãos. Todas as tirinhas devem ser do mesmo tamanho” diz ele. Dona Lurdes exibe com o orgulho os objetos que decoram a estande. “Foi tudo o Abrão que fez!”. Os calçados de Abrão são guardados em um baú de madeira com tirinhas entrelaçadas.  E adivinha quem fez? Ele mesmo.



Abrão representa a luta de muitos deficientes para entrar no mercado de trabalho. A criação da lei de cota (lei nº 8.213) para deficientes está em vigor há 20 anos, mas ela ainda não rompeu barreiras e preconceitos. “Estamos incluindo os alunos da Apae em projetos, oficinas como de teatro e na horta comunitária para a sociedade conhecer a potencialidade dos alunos”diz a assistente social de Flor da Serra do Sul, Jaciane Pasolini.
 Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego nos primeiros três meses de 2011, 7.508 pessoas com algum tipo de deficiência entraram no mercado de trabalho. Mas de cada 10 vagas que deveriam ser destinadas para deficientes apenas duas são preenchidas.
O jovem especial tem muitos sonhos “e eu sei que vou conseguir realizá-los” diz. Abrão quer ser músico, artesão, mecânico… Abrão quer apenas conquistar o seu lugar no mercado de trabalho.


=”javascript:popup(‘/pop-up/noticias.asp?id=655&img=02’);”>Superando desafios
 Tomar banho, segurar o garfo para comer aquele alimento saboroso pode ser uma atividade normal e corriqueira para muitas pessoas, mas não para Cleide Lopes. A jovem de 26 anos de idade tem paralisia cerebral e anda de cadeira de rodas.
Até os oito anos de idade a jovem era carregada no colo pela mãe, com 10 anos ganhou a sua primeira cadeira de rodas. Quando os irmãos começaram a caminhar ela começou a pedir se um dia também caminharia.



Mas a impossibilidade de caminhar não fez com que a jovem especial perdesse a vontade de viver. Cleide é muito vaidosa e não descuida da aparência. Antes de a nossa equipe de reportagem chegar até sua casa, ela já nos esperava com a sua melhor roupa. “Ela não repete uma roupa e nunca deixa de passar batom. Quando termino de arrumá-la ela sempre me pergunta se ficou bonita” diz a mãe de Cleide, dona Leonilda Zatiquei Lopes.
Cleide diz que Leonilda é a sua melhor amiga. Elas dividem o mesmo quarto de uma casa simples e pequena em Flor da Serra do Sul. Para poder se d

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