Incluir e educar como prioridade

10 de Setembro de 2012

=”javascript:popup(‘/pop-up/noticias.asp?id=824&img=01’);”> “Sou cega, nasci assim, e não tenho problemas com isso. Não vejo problema que me chamem de cega, desde que a pessoa não fale em tom pejorativo ou com preconceito”, revela a professora da rede municipal de ensino de Flor da Serra do Sul, Jussara Raquel Taborda Alves, de 26 anos.



A professora que nasceu com a deficiência visual explica que trabalha com crianças normais, baixa visão e cegas. “Assumi minhas aulas na educação infantil de Flor da Serra em novembro de 2011.


Atualmente também trabalho com o sistema braile na educação especial”, conta Jussara realizada em falar da sua história como exemplo de superação.
Jussara foi alfabetizada por sua mãe, que era professora. “Ela fazia as letras em caixa alta para que eu pudesse senti-las. Usava grãos de arroz ou bolinhas de papel”, lembra. Com o passar do tempo Jussara começou a escrever. “Na hora de colocar no papel não dava certo, eu ainda não tinha noção do que era uma linha e acabava juntando tudo”, explica. Aos 9 anos Jussara começou a frequentar uma escola que trabalhava com o sistema braile, em Francisco Beltrão. “Em menos de três meses eu já escrevia textos”, conta orgulhosa.


Como professora Jussara afirma que sua experiência de vida pode incentivar os alunos. “Acredito que posso ajudá-los, principalmente, quanto a própria aceitação diante da sociedade. Eles vêem que eu consigo trabalhar, ter minha casa, usar o computador, fazer minhas coisas. Se eu consigo, eles conseguem”, diz.


A Escola Municipal Nossa Senhora da Glória, onde Jussara leciona trabalha em sistema de parceria com a Escola Estadual Barão do Rio Branco, através do Centro de Atendimento Especializado para Deficientes Visuais (Caedev). O Centro proporciona trabalhos de mobilidade a crianças, jovens, adultos e idosos. Jussara assim como as outras duas professoras, Elisabete Caron e Selesia Shwingel trabalham no Caedev. “O Centro é um apoio, os alunos vêm aqui em contraturno aos estudos. Trabalhamos com eles o controle dos sentidos, para que agucem a audição, tato, olfato e paladar”, explica Elisabete frisando que é mais difícil trabalhar com pessoas que já enxergaram do que com aquelas que nasceram cegas.



Incluindo sorrisos
“O fato de eu conseguir caminhar sozinha na rua mudou muita coisa”, afirma Joice Dolesque, 16 anos, que sofre de uma doença rara e degenerativa que já tirou mais de 80% de sua visão


=”javascript:popup(‘/pop-up/noticias.asp?id=824&img=02’);”>A bela jovem Joice Dolesque, de 16 anos, é uma destas alunas. Diagnosticada com Stargardt, aos 9 anos, Joice já perdeu mais de 80% da visão, que causa a degeneração macular juvenil, devido a danos na retina. Mesmo sendo portadora de uma doença genética que a está deixando cega, Joice, depois de frequentar o Caedev por 4 anos, anda na rua sem o auxílio de bengala. “Através do Caedev aprendi a controlar meus sentidos. O fato de eu conseguir caminhar sozinha na rua mudou muita coisa”, comenta Joice explicando que através do Centro aprendeu a controlar melhor seus sentidos. “Eu consigo ter mobilidade porque ouço muito bem, sei quando um carro está perto através do barulho”, diz.


Joice, assim como sua professora Jussara, tem uma vida normal. “Eu saio, vou a festas, tenho um namorado há dois anos”, completa explicando que foi difícil aceitar sua atual situação. “Eu chorava muito, achava errado me sentir fraca. Queria impressionar as pessoas. Depois percebi que nunca vou ser completamente normal, mas que tudo bem, posso ter o que quiser, basta me e

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