Seca traz prejuízos bilionários ao Paraná

28 de Março de 2012

=”javascript:popup(‘/pop-up/noticias.asp?id=768&img=01’);”>Há mais de 30 dias que a propriedade da família Darold, da Linha Pedra Lisa, recebe água da prefeitura para poder dar continuidade a suinocultura e a produção de leite. A estiagem que atinge Flor da Serra do Sul desde o ano passado mudou a paisagem do local. “De manhã quando acordo a grama estrala, está tudo tão seco que nem orvalho tem. O pasto está secando cada vez mais, mas é para lá que tenho que tocar as vacas para comerem. O açude não para de baixar” diz a agricultora Elizabete Darold Dietrich.



Com a falta de pasto e água em abundância, a produção leiteira diminuiu consideravelmente. “Antes chegávamos a tirar até 10 mil litros de leite todo mês. Agora a produção leiteira não chega a 6 mil litros” lamenta a agricultora, Aldice Darold. Na lavoura de milho, as plantas, antes verdes, ganham a cor característica da estiagem: o amarelo. A baixa quantia de grãos na espiga de milho afetou também a qualidade e a produção da silagem. “Será preciso dar mais ração para as vacas, vamos ter um aumento no custo de produção” diz Elizabete.



Todo dia são distribuídos, em média, 30 mil litros de água para chiqueirões e animais de corte e de leite. Segundo a Secretaria de Obras de Flor da Serra do Sul as comunidades que mais estão recebendo água são da linha Santo Ângelo, Pedra Lisa e São Bento. Para o consumo humano, o município já distribuiu 8 mil litros de água tratada. “Estamos entregando água em residências e postos de saúde do interior há mais de 15 dias” revela o secretário do meio ambiente, Nelson Kunsler.



A Secretaria de Meio Ambiente está orientando a população a plantar árvores nativas, e trabalhando na proteção de fontes. “Quem mora na cidade também pode ajudar com simples ações que fazem toda a diferença. Um quilo de matéria orgânica em um metro quadrado faz com que a superfície do solo retenha 8 litros de água” explica Nelson que também aconselha a construção de cisternas.


Situação de Emergência
Segundo a Defesa Civil do Estado do Paraná, até a última segunda-feira, 154 municípios tinham acionado a Defesa Civil por problemas decorrentes da estiagem. São 143 municípios em situação de emergência em todo o Estado. Flor da Serra do Sul decretou situação de emergência ainda em janeiro. “A partir do momento que é decretada situação de emergência em um município, encaminhamos a documentação para o governo federal e solicitamos a prorrogação para a quitação das dívidas agrícolas” explica Sílvio Correia que trabalha na sessão técnica da Defesa Civil.


Prejuízos na safra de grãos devem chegar a R$ 3,42 bilhões
 Segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná deverão ser colhidos 17,55 milhões de toneladas de grão no Estado. A estiagem fez com que tivesse uma quebra de 21% nas lavouras de grãos. O prejuízo é estimado em cifras bilionárias que chegam a R$ 3,42 bilhões.



O levantamento feito pelo Deral (Departamento de Economia Rural) mostra que só a cultura de soja é responsável por um prejuízo de R$ 2,78 bilhões. A região do Estado mais prejudicada foi o Oeste: os produtores deixaram de colher cerca de 1,41 milhões de toneladas do grão. No Sudoeste do Paraná, a estiagem impediu a colheita de 494 mil toneladas.



As culturas de soja, milho e feijão (primeira safra) juntas representam perdas de 4,8 milhões de toneladas. O Estado espera que a segunda safra de milho tenha resultados positivos, para continuar fornecendo milho para Rio Grande do Sul, Santa Catarina e para o Sudeste do país.  Se a segunda safra tiver perdas, deverá haver também um aumento no custo da produção de frangos,

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